Queria ter o dom de escrever palavras bonitas,
mas o que posso escrever é apenas o que sou, bom, o que acho que sou..
Sou o extremo, a pobreza e riqueza do meu ser, errante, certeiro, extravagante e quieto, sou eu..
Por mais que eu tente me decifrar não consigo, multante sou.
Me sinto forte mas vejo quão grande é minha fraqueza, minhas atitudes me condena, minhas palavras me destroem, deveria ter cuidado com elas.
A cada passo sinto que tento me equilibrar, como se constantemente tentasse andar por uma corda bamba.
Maldita corda que tenta me derrubar a todo instante.
As vezes o tombo é feio, desorientada fico, me recomponho, ando mais uns passos bambos, deparo de fronte a uma muralha que me faz cair sempre.
Fecho os olhos diante dela e ela desaparesse, ao menos não a vejo,
e consigo dar mais alguns passos.
Muralha que me persegue, parece até que tem pernas próprias,
anda atrás de mim, mas as vezes me passa uma rasteira e se põe a minha frente pois sabe que não tenho coragem de enfrentá-la.
Mas um dia eu encontro coragem e passo por ela, quero derrotá-la, um dia consigo.
Se não fosse essa muralha não teria tanto medo, se não fosse minha covardia não seria tão medrosa e indefesa.
Sou o extremo, a burrice e a burrice.