momento Recorda

 

 

 

 

 

 

 

Ser a melhor filha nunca foi o meu forte,

dentre nós quatro era a rebelde, desde a infância. Mas isso foi mudando.

Saí de casa cedo. Bati asas.

Quis conquistar algo, embora não soubesse ao certo o que, parti.

No coração uma imensa dor, por deixar uma vida, que hoje vejo, apoiada em Deus.

Percebi que não preciso me apoiar Nele, mas posso vivê-lo onde quer que eu vá.

Como senti falta das missas, dos momentos íntimos que passava diante do Santíssimo, dos momentos de partilhas, de conhecimentos, de abrir mão de meus erros e partilhar com outros adolescentes que na mesma idade os cometi. Não me arrependo de ter errado, sei que errar é humano e sei também que foram apagados da memória Daquele que não julga, mas ama.

Como eu sinto esse amor, ainda hoje.

Me recordo de inúmeras orações que fiz, de jejuns e preces.

 Queria um namorado!

 Porém eu me sentia feia e não me amava totalmente para atrair um.

Um dia eu agradeci por aquele que nem eu sabia quem era e nem quando o conheceria, mas ao invés de pedir agradecia.

Numa nova etapa da minha vida aqui em São Paulo, tive a oportunidade de conhecer pessoas assim como em qualquer lugar, pessoas que me decepcionaram, pessoas que me amaram e odiaram, pois não posso agradar a todos e nem devo.

Tive alguns paqueras, uns namorados, porém eu sabia que ainda não era o esperado.

Deus tarda, mas não falha. Eu o conheci e desde o primeiro instante eu queria que o fosse mesmo com medo de não ser ele, me entreguei.

Hoje faz seis anos que saí da minha querida cidade Taciba, onde eu pude crescer,

me desenvolver, conhecer amigos que me trazem alegrias até hoje, pude conhecer o amor de Deus. Sinto falta dos momentos felizes que passei ali com minha família, amigos e Deus. Como eu sinto falta!

Estou feliz hoje, a gente amadurece e me vem a cabeça agora uma história que um dia em um bate papo com meus joanistas eu falei: " não importa aonde estamos o que somos é raízes e devemos florescer onde o destino nos leva". Eu gostaria de ter reviver momentos que tive nos acampamentos, mas não deixo de refletir, eu vejo hoje que a religião não precisa ser utópica, que sou livre para amar a Deus e servi-lo mesmo não estando em uma igreja.

Não deixei de ser católica, não deixei de crer no meu Senhor, mas aprendi a questionar e encontrar respostas sem precisar ser elas prontas.

Estou feliz por não ser a ovelha negra da família, ao menos não mais. Feliz por que sei que minha mãe se orgulha de mim, fiz por ter meus sobrinhos lindos e amados, por ter minhas irmãs sempre perto, mesmo longe, feliz por ter do meu lado o homem que sempre quis, o homem da minha vida, dos meus sonhos, quanto amadureci com ele. Feliz por amigos sinceros que Deus colocou em minha vida, e feliz por saber que não agrado a todos, mesmo assim os verdadeiros amigos me aceitam como sou.

Feliz por hoje ter uma profissão, a qual optei por amor.

E por fim feliz por ser amada, querida e abençoada por Deus.

Agradeço a três pessoas:

Meu Deus

Minha Mãe e

Meu Amor, que com muito carinho o chamo de Dick.