sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A camponesa

Era uma tarde ensolarada, o céu estava com poucas nuvens a pincelar a tela azul anil. Em um quarto escuro estava ela, encolhida num silêncio mortal que por vezes era quebrado por soluços repentinos. Aos pranto e sozinha, invadia seu ser o medo e vontade de morrer, não tendo sentido algum sua enfadonha vida e a tarde ensolarada nada lhe trazia de bom.
Em seus delirantes pensamentos, incertezas e incógnitas, esperava por uma resposta imediata.
Eis que subitamente ela se levanta  apanha um livro e conduzia abre em uma pagina qualquer, caminha em direção à janela, abre uma pequena parte da cortina e na claridade lê onde seu dedo aponta, "...estou olhando por você". Ao ler essas palavras ela volta a se deitar com o choro ainda mais melancólico. Conduzida, ela caminha até a janela e a luz atravessa entre o espaço aberto da cortina, abre a janela  e aos poucos vê no azul do céu as nuvens desenharem o formato de um grande olho, mesmo não crendo no que vê, vai até o livro novamente e abre-o em outra página e as mesmas palavras são ditas  "estou olhando por você, não te abandonarei..." com soluços e com calafrios seu choro é ainda mais profundo, agora não mais de tristeza e vazio, mas de consolo, pois a resposta que tanto queria foi imediatamente dada por meio de um milagre.

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